A NOSSA REDE REGIONAL E NACIONAL

Trabalhamos na criação de um modelo de autonomia regional e desenvolvemos redes, como parte da nossa visão de comunidades regenerativas, autónomas e descentralizadas. Em cooperação com parceiros locais, trabalhamos em Portugal num modelo que pode ser exemplar para outras regiões da Europa e no mundo inteiro. Porque muito do território português está degradado e porque muitas pessoas abandonam o meio rural, este é o lugar perfeito para demonstrar como regenerar a terra e as comunidades.

Conceito

Enquanto Biótopo de cura em desenvolvimento, trabalhamos na criação de soluções ecológicas e sociais que possam ser usadas em cada a região, país e no mundo para restaurar a natureza, a autonomia e reinstalar as redes regionais destruídas pelo comércio global. Temos que encarar o facto de que um dia, talvez após o pico do petróleo, alterações climatéricas ou outra crise financeira, não sejam as ligações globais que nos ajudem a sobreviver, mas redes estáveis e de confiança na nossa vizinhança e região.

A nossa região – o Alentejo – é conhecido como uma região de “aldeias em decadência”. Os jovens vão para as cidades para trabalhar, as paisagens secam, os mercados locais tornaram-se raros, os agricultores acham difícil sobreviver no sistema global de comércio, e as cooperativas enfrentam regras tão duras que as fizeram desistir.

Mas como pudemos verificar através do nosso trabalho em restauração de ecossistemas, soberania alimentar e autonomia energética, esta região tem potencial para ser pioneira em autonomia regional e design regenerativo, dado possuir abundância em água da chuva e luz solar, tendo condições de crescimento perfeitas.

Enquanto centro para a educação, partilhamos o nosso conhecimento com as comunidades vizinhas. Queremos apoiar um movimento, na sua maioria de jovens que optam por viver no campo, cooperando com a natureza e reactivando a vida social das aldeias, enquanto modelo para uma sociedade pós-capitalista. Para atingir este objectivo, estamos a desenvolver e a facilitar uma rede de activistas regionais e nacionais e de agentes transformadores, que colaboram na transição para uma sociedade regenerativa em Portugal, como parte de um movimento global para a “defesa do sagrado”. Com os nossos dias abertos, peças de teatro, concertos e conferências, trazemos cultura à região, o que é, muitas vezes, raro nas áreas rurais.

Trabalho Regional

O objectivo do nossa pesquisa sobre agricultura e soberania alimentar é atingir  a maior autonomia alimentar possível. Actualmente, mais de 80 % dos alimentos que compramos  provêm da região. Estamos a desenvolver uma rede de vizinhos, hortas biológicas e pequenos produtores da região do Alentejo. A rede pode ser consultada no mapa de Autonomia do Sul de Portugal, que mostra mais de 100 iniciativas locais, abarcando comunidades, produtores de alimentos, curandeiros e activistas sociais. O mapa mostra os recursos de cada projecto, as suas necessidades (essencialmente de abastecimento alimentar) e também o que cada iniciativa se dispõe a partilhar, como por exemplo máquinas, camiões, cozinhas e armazéns. O plano a longo prazo é apoiar e assegurar a continuidade destas interacções num centro de autonomia regional, para que bens e serviços possam continuar a ser partilhados, assim como educação e apoio, processamento de alimentos e eventos culturais.

Em 2016, percorremos a bacia hidrográfica do Sado e testemunhámos o estado actual da situação hidrológica ao nível bio-regional, seguindo o exemplo da peregrinação “Walking Water” na Califórnia e das nossas anteriores Peregrinações “Grace”. Motivados pela Resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas em 2010, que diz que “O acesso a água potável é um direito humano”, o objectivo foi o de nos encontrarmos com os habitantes locais ao longo do nosso percurso, discutir potenciais soluções para melhorar a vitalidade do rio e sua saúde a longo prazo, em ligação com o sonho da terra.

A partir do início de 2017, temos integrado o movimento que trabalha para proteger a terra e as zonas costeiras de Portugal contra a exploração de gás e petróleo. Tomando um papel activo no “Alentejo Litoral pelo Ambiente,” uma rede de activismo ambiental regional, colaborámos com diversos parceiros. Queremos o país inteiro escute o nosso “Não” à exploração de petróleo e o nosso “Sim” a um futuro regenerativo, com energia solar descentralizada e regeneração de ecossistemas.

Ver

Com o encontro internacional de activistas “Defender o Sagrado”, realizámos outra acção de arte aérea: ”Parar o furo”, perto de Lisboa, a 4 de Agosto de 2018, para prevenir a exploração de petróleo que estava marcada para ser iniciada no dia 15 de Setembro, ao largo de Aljezur.

Curto vídeo da acção:

 

Ver uma apresentação de Tamera no canal regional de televisão “Diário do Alentejo”:

www.tamera.org