Parar o Furo
De 2017 a 2019, fizemos parte de uma campanha de grupos activistas ambientalistas portugueses, trabalhando para cancelar todos os contratos de extracção de combustíveis fósseis em Portugal. A campanha revelou-se um sucesso. Em 2015, o governo português celebrou 15 contratos de exploração de petróleo e gás, tanto no mar como em terra, com várias empresas. Em Setembro de 2020, todos eles haviam sido rescindidos ou tinham expirado devido à resistência popular.
Durante a campanha contra a extracção de combustíveis fósseis, promovemos alternativas: Portugal tem as melhores condições para liderar a transição da utilização de combustíveis fósseis para uma sociedade regenerativa.
Acção de Arte Aérea – Cova do Vapor (Almada)
No dia 4 de Agosto de 2018, 800 pessoas reuniram-se numa acção criativa em protesto contra os planos de exploração de gás e petróleo ao largo de Aljezur, Portugal. Simultaneamente, demonstram alternativas para um futuro regenerativo, livre de combustíveis fósseis. ÁGUA É VIDA!
A imagem humana aérea foi desenhada por John Quigley da Spectral Q e filmada pela equipa de media de Tamera. As imagens estão publicadas ao abrigo da licença Creative Commons Attribution-Non Commercial. Créditos: Tamera Media / Spectral Q. Handout, editorial only, no archiving.
Comunicado de Imprensa (PT)
Faça download do comunicado de imprensa em Português.
Comunicado de Imprensa (EN)
Faça download do comunicado de imprensa em Inglês.
A nossa acção de arte aérea foi acompanhada por uma carta aberta, apelando ao Primeiro Ministro António Costa e ao Ministro do Ambiente João Matos Fernandes para que terminassem a prospecção e demonstrassem que Portugal pode ser pioneiro na transição energética, afastando-se dos combustíveis fósseis para uma economia e sociedade regenerativa e justa.
Leia a nossa carta aberta ao governo…
A lista de patrocinadores incluiu o conselho turístico do Algarve (Região Turismo do Algarve) e a Federação Portuguesa de Surf, bem como vozes globais como a Greenpeace International, a dramaturga Eve Ensler e Maude Barlow do Conselho dos Canadianos.
Veja a lista de patrocinadores:
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Portugal
Academia Cidadã ALA (Alentejo Litoral pelo Ambiente)
Câmara Municipal de Vila Real de Santo António
Campanha Linha Vermelha
Climáximo
Coopérnico
Federação Portuguesa de Surf
GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente)
João de Macedo (Portugal Surf Academia)
Junta de Freguesia de Vila Nova de Milfontes
Lagos diz não ao furo
Marlene Guerreiro, (Vereadora da Câmara Municipal de São Brás de Alportel)
Paddle South Portugal
Plataforma Algarve Livre De Petróleo
Preservar Aljezur
Região Turismo do Algarve
Rota Vicentina
SOS – Salvem o Surf
Stop Petróleo Vila do Bispo
Tamera
Tavira em Transição
The Climate Reality Project, Portugal
Tiago Pires, ReAct Sports Management
Internacional
Amber Valletta, modelo, atriz e ativista
Ashlan & Philippe Cousteau, conservacionistas do oceano e apresentadores de TV
Daryl Hannah, atriz e ativista
Debbie Levin, Presidente e CEO da Environmental Media Association
Ed Begley, ator e ativista
Eve Ensler, dramaturga, escritora e fundadora de One Billion Rising
Food and Water Europe
Global Ecovillage Network
Greenpeace International
Jason Hickel, Antropologista na London School of Economics
Ladonna Brave Bull Allard, activista de Lakota & co-fundadora do campo de resistência de Standing Rock, EUA
Lori Woodley, fundadora de All it Takes
Maude Barlow, presidente de The Council of Canadians, galardoado com Right Livelihood Award
Monique Wilson, coordenadora global de One Billion Rising
Patch Adams, médico, palhaço activista, fundador do Instituto Gesundheit!
Positive TV, Reino Unido
Rabbi Michael Lerner, redactor-chefe da revista Tikkun, EUA
Rights of Nature, Reino Unido
Rising Up!, Reino Unido
Rob Hopkins, Transition Network
Ruth Andrade, co-fundadora da Blueprint Alliance & responsável pelo desenvolvimento ambiental & organizacional na LUSH
Saad Dagher, engenheiro agrónomo & ambientalista, Palestina
Salim Dara, professor de agricultura biológica & fundador de Solidarité Rurale, Benin
Shaun Chamberlin, Director Geral de Fleming Policy Center, Reino Unido
Shailene Woodley, atriz e ativista
/The Rules
Wellington Nogueira, palhaço activista e fundador de Doutores da Alegria, Brasil
Wendie Malick, atriz e ativista
Winnie Wong, co-fundadora de “People for Bernie”
Cobertura Mediática
Veja quem cobriu a acção de arte aérea.
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Portugal
- Sic Notícias: Protesto em Almada contra a exploração de petróleo no país
- Observador: Cerca de 800 pessoas disseram “não ao furo” de petróleo em Almada
- Sapo24: Petróleo. Cerca de 800 pessoas disseram hoje em Almada “não ao furo” em Portugal
- MSN.com: Cerca de 800 pessoas disseram hoje em Almada “não ao furo” em Portugal
- Lusa: Cerca de 800 pessoas disseram hoje em Almada “não ao furo” em Portugal
- Esquerda.net: Mais de 800 pessoas disseram não à prospeção de petróleo em Portugal
- Açoriano Oriental: Cerca de 800 pessoas disseram “não ao furo” em Almada, em Portugal
- Notícias ao Minuto: Cerca de 800 pessoas disseram hoje em Almada “não ao furo” em Portugal
EUA
- KFPA radio – Entrevista com Fátima Teixeira
- TruthOut – Artigo escrito por Martin Winiecki
Meditação Global pela Protecção da Vida
Para quem não estava em Portugal, mas pretendia acompanhar em oração a acção de 4 de Agosto de 2018 (a sós ou em grupo), sugerimos que utilizassem o seguinte texto de Sabine Lichtenfels, “Defender o Sagrado: Meditação Global pela Protecção da Vida“, como leitura e meditação.
Acção de Arte Aérea 2017
A 12 de Agosto de 2017, cerca de 1000 pessoas de 40 países formaram uma mensagem humana de grande escala na praia de Odeceixe para que se cancelassem os planos de exploração de petróleo na costa portuguesa. A acção fez parte do evento: “Defender o Sagrado: Imaginar Uma Alternativa Global” realizado em Tamera, com a participação de líderes de Standing Rock e apoiado por movimentos ambientalistas em Portugal. A imagem humana aérea foi desenhada por John Quigley, da Spectral Q, e o vídeo foi produzido por Ludwig Schramm e equipa, de Tamera.
À medida que as empresas petrolíferas pressionam para a exploração de petróleo na costa portuguesa, já em Abril de 2018, juntámo-nos para proclamar que água é vida, água é sagrada, e que é necessário defender o sagrado. LaDonna Bravebull Allard, iniciadora do acampamento Sacred Stone em Standing Rock, disse, no decorrer deste evento: ”Eu defendi a água e o mundo ergueu-se connosco, por isso vim aqui para estar convosco. Não temos escolha, temos de proteger a água e temos de a proteger agora!”
Combinando acção política com arte e oração, uma cerimónia pela água e pelo fogo, dedicámos este acto de activismo sagrado a uma mudança regenerativa de sistema, de uma cultura de exploração para uma cultura de cooperação com tudo o que vive.
A arte aérea foi desenhada por John Quigley, defensor ambiental americano, conhecido no mundo inteiro pelo seu activismo de arte aérea. Ver Biografia de John Quigley (PDF em Inglês) e um artigo sobre o seu trabalho no London Sunday Times (PDF em Inglês).
As imagens estão publicada sob uma licença não comercial da “Creative Commons”. Agradecimentos: Ludwig Schramm/Karlito Delacasa/Simon du Vinage/Yuval Kovo/Spectral Q. O vídeo está publicado sob a mesma licença – ver créditos.
Sociedade Regenerativa
“Actualmente já existem todas as soluções tecnológicas necessárias e fontes de energias renováveis para dar vida a uma sociedade justa ao nível ecológico e social.”
DANIEL PINCHBECK
Em Tamera temos investigado a criação de um modelo para a construção de uma sociedade regenerativa. Há muitos anos que desenvolvemos e testamos tecnologias de fontes renováveis e descentralizadas no nosso Campo Experimental de Energia Solar. Em consequência do nosso trabalho com Paisagens de Retenção de Água e regeneração de ecossistemas, demonstramos como reverter a desertificação e como alcançar um abastecimento autónomo de água, quando cerca de 80-90% de Portugal sofre de seca extrema.
Muitas outras pessoas e organizações investigam questões semelhantes, trabalhando para uma sociedade onde todos se podem tornar auto-suficientes em água, energia e alimentação, criando condições de habitação e saneamento independentes dos sistemas centralizados.
Factos Importantes
- Todas as 15 concessões iniciais de prospecção e exploração de petróleo e gás em Portugal foram canceladas entre 2015 e 2020 devido à resistência das populações locais, municípios e activistas.
- A nossa campanha “Parar o Furo” concentrou-se nos últimos 5 contratos: As 3 concessões para perfuração de petróleo em alto mar e fracking ao largo da costa alentejana e algarvia, detidas pela Eni e Galp, que expiraram em Janeiro de 2019, e as 2 para exploração de gás no distrito de Leiria, detidas pela Australis Oil & Gas, que expiraram em Setembro de 2020. Em ambos os casos, as empresas não procuraram renovar contractos devido à resistência que os seus planos enfrentaram.
- Portugal nunca extraiu petróleo ou gás, nunca construiu centrais nucleares, e é conhecido como um paraíso para a energia verde. Apesar do compromisso de descarbonizar Portugal, diversos governos portugueses impulsionaram a extracção de combustíveis fósseis como um caminho para a auto-suficiência económica nacional.
- Portugal produziu mais energias renováveis do que o necessário para consumo nacional em Março de 2018: 104%
- Sendo um dos países com maior exposição solar na Europa, Portugal poderia depender exclusivamente de energia e tecnologias solares.
- Portugal está localizado numa falha tectónica que se encontra sismicamente activa, nomeadamente na zona do Vale do Tejo que passa por Lisboa. As prospecções petrolíferas e de gás natural tendem a provocar a ocorrência de terramotos.